Declaração “Dominus Iesus”.
Vaticano, em 06 de agosto de 2000.
Versa sobre a “Unicidade e
universalidade salvífica de Jesus Cristo”. Destaque: “As Igrejas que, embora
não estando em perfeita comunhão com a Igreja Romana, se mantêm unidas a esta
por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida
Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares.”
Texto extraído de: “Congregação para a
Doutrina da Fé”. ‘Declaração “Dominus Iesus”,sobre a unicidade e a
universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja’.
(...) 13. É igualmente frequente a tese que nega a
unicidade e a universalidade salvífica do mistério de Jesus Cristo. Tal
posição não tem nenhum fundamento bíblico. Deve, invés, crer-se firmemente,
como dado perene da fé da Igreja, a verdade de Jesus Cristo, Filho de Deus,
Senhor e único salvador, que no seu evento de encarnação, morte e ressurreição
realizou a história da salvação, a qual tem n'Ele a sua plenitude e o seu
centro. (...)
(...)17. Existe portanto uma única Igreja de Cristo,
que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos
Bispos em comunhão com ele. As Igrejas que, embora não estando em perfeita
comunhão com a Igreja Católica, se mantêm unidas a esta por vínculos
estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida Eucaristia, são
verdadeiras Igrejas particulares. Por isso, também nestas Igrejas está presente
e atua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja
católica, enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade
de Deus, o Bispo de Roma objectivamente tem e exerce sobre toda a Igreja.
(...)
(...) A revelação de Cristo continuará
a ser na história « a verdadeira estrela de orientação » para toda a
humanidade: « A Verdade, que é Cristo, impõe-se como autoridade universal
». O mistério cristão, com efeito,
supera qualquer barreira de tempo e de espaço e realiza a unidade da família
humana: « Dos mais diversos lugares e tradições, todos são chamados, em Cristo,
a participar na unidade da família dos filhos de Deus [...]. Jesus abate os
muros de divisão e realiza a unificação, de um modo original e supremo, por
meio da participação no seu mistério. Esta unidade é tão profunda que a Igreja
pode dizer com São Paulo: “Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois
concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2,19) ». 102 (...)
O Sumo Pontífice João Paulo II, na
Audiência concedida, a 16 de Junho de 2000, ao abaixo-assinado Cardeal Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, com ciência certa e com a sua autoridade
apostólica ratificou e confirmou esta Declaração, decidida em Sessão Plenária, e
mandou que fosse publicada. Dado em Roma, sede da Congregação para a Doutrina
da Fé, 6 de Agosto 2000, Festa da Transfiguração do Senhor. Joseph Card.
Ratzinger (Prefeito) Tarcisio Bertone, S.D.B, Arcebispo Emérito de Vercelli (Secretário)
Conclusão:
até mesmo o Papa João Paulo II (hoje São João Paulo II), o então Cardeal Ratzinger
e o Arcebispo Tarcísio Bertone admitiram a validade das Igrejas separadas, as
quais seguem os princípios existentes no Credo Niceno-constantinopolitano. Admitiram
assim a validade constitucional das Igrejas separadas, bem como a administração
dos Sacramentos pelas mesmas, entre as quais se encontra a Igreja
Vétero-católica (os Velhos Católicos), diversas Igrejas Orientais e Ortodoxas.
Não há como fincar em convicções ultrapassadas como sendo uma ‘única verdade de
fé’. De posse dos conhecimentos atuais da humanidade, é obrigatório aceitar que
as verdades teológicas são mais amplas do que anteriormente se sabia. Qualquer
forma de exclusão ou segregação das Igrejas separadas, não passará de uma forma
de se prevalecer: uma ‘reserva de mercado da fé’; o que não é aceitável.
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